Escola de Pastores no Alvão arranca em Maio
Fonte: Lusa - Pedro Sarmento Costa
A Escola de Pastores, que arranca em Maio e tem como sala de aula a Serra do Alvão, quer capacitar e atrair mais criadores de gado, promover o rejuvenescimento do sector e incentivar modos de produção inovadores.
O primeiro curso desta escola vai decorrer entre o início de Maio e Outubro, tem 15 vagas e vai conciliar as aulas teóricas, em formato online, com a prática, junto dos criadores de cabras ou vacas de raças autóctones. O projecto foi apresentado esta quarta-feira numa exploração de cabra bravia, em Cabanes, Vila Pouca de Aguiar, no distrito de Vila Real.
O primeiro curso intitula-se “Pastoreio Sustentável e Gestão da Paisagem” e a escola vai ter formadores, entre empresários e professores universitários, e também tutores. Um dos tutores é Tiago Melim, de Carvas, Murça, produtor de cabra serrana, uma raça autóctone de Trás-os-Montes para produção de carne e de leite. “Tem um maneio completamente diferente (...). A própria produção de leite, a ordenha, alimentação é completamente diferente de uma raça de carne de alta montanha”, explicou o criador.
A ideia, afirmou, é que o formando sinta logo no campo aquilo que aprendeu na teoria. O tutor vai acompanhar o formando ao longo do processo de formação, na implementação do plano de negócios e, depois, no início da actividade. “O objectivo é que se tornem criadores de gado de sucesso muito mais rapidamente”, salientou.
A escola é promovida pela Federação Nacional das Raças Autóctones (FERA), em parceria com a Aguiarfloresta - Associação Florestal e Ambiental de Vila Pouca de Aguiar. Rui Dantas, presidente da FERA, destacou o objectivo de “valorizar a profissão de pastor” e referiu que a “produção de pequenos ruminantes está em queda” e “há problemas de conservação destas raças autóctones”. “Queremos valorizar esta actividade porque, além da produção de produtos de alta qualidade, o pastor tem mais funções como ser um jardineiro da paisagem e promotor da diminuição de fogos florestais”, afirmou.
O projecto pretende atrair novos protagonistas e o rejuvenescimento da actividade. “E capacitar os que já cá estão. Se o pastor estiver mais capacitado poderá ter um maior rebanho, com melhor produção, mas também com melhor trabalho e mais valorização dos lameiros e das pastagens de altitude”, afirmou Duarte Marques, da Aguiarfloresta.
A Escola de Pastores tem um financiamento de 53 mil euros atribuído pela Fundação “La Caixa"(programa BPI Rural).
Fonte: Publico Consultar fonte
Data de publicação: 26/03/2021 11:21
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